Cirurgias de catarata em cães
A catarata é uma doença que se desenvolve em uma lente ocular denominada cristalino, alterando sua nitidez e diminuindo sua transparência. Inicialmente ela traz dificuldade de focalização principalmente de cores, fazendo com o que o olho as interprete em tons desbotados. As extrações cirúrgicas de catarata em cães começaram a ser descritas na Europa, no ínicio de 1880, embora a remoção de cristalino só tenha se iniciado por volta do ano de 1950.
Os olhos dos cães são mais difíceis de manipular que os de humanos por terem uma íris resistente a midríase farmacológica, tendendo a sangrar com muita facilidade com a mínima manipulação e tendo uma produção grande de fibrina tanto durante o ato cirúrgico quanto no pós-operatório. Mesmo com alguns empecilhos, a cirurgia de catarata tem sido muito frequente nesses animais e alcançado grande sucesso na medicina veterinária.
Como qualquer procedimento cirúrgico, e em especial devido a possíveis complicações, é de grande importância o conhecimento prévio e detalhado da anatomia do olho, sendo assim, acompanhada por um Médico Veterinário Oftálmico. Este faz a escolha do paciente seguindo o exame clínico geral, exame clínico de fundo de olho e histórico de outros problemas oftálmicos do animal, como sistêmicos, por deficiência alimentar ou traumas.
Um procedimento essencial no pré-operatório é a medição da pressão intra-ocular, sendo que uma baixa pressão pode indicar uma uveíte e uma pressão elevada contraindica a cirurgia. Alguns fármacos que podem ser conciliados antes da cirurgia, de um a dois dias, para aumentar seu sucesso são as midriáticas como atropina a 1% e para sua potencialização drogas simpatomiméticas como escopolamina a 0,3% e fenilefrina a 10%, porém, tem-se que ter cuidado com outros efeitos desencadeados pelo uso dessas drogas, como a atropina, por exemplo, que é contra-indicada em animais com constipação intestinal, sendo que esta também
diminui a motilidade grastrointestinal.
Além da técnica tradicional de Extração Extracapsular, um procedimento que vem recebendo muita atenção é a Facoemulsificação ou, também conhecida como Facofragmentação, é um procedimento utilizando um equipamento próprio que faz uso de vibrações ultrassônicas de alta frequência para fragmentar o cristalino e em seguida aspirar as partículas por uma câmara, porém essa técnica tem como principal fator limitante o seu custo.
Por: Stéfany Dias
Fonte: Revista Veterinária - http://www.revistaveterinaria.com.br/
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